Alta performance no couro cabeludo e nos fios é aposta dos lançamentos.
O ritmo de lançamentos de produtos de hair care segue acelerado nos primeiros meses de 2021, com as marcas apostando em produtos que incorporam ingredientes de skincare, alta performance e efeito imediato. Acompanhando o otimismo das marcas, os números que acabam de ser compilados pela Euromonitor International dão conta que as vendas da categoria cresceram 4,6% em 2020 em relação ao ano anterior, atingindo R$ 23,175 bilhões.
O desempenho do ano passado pode ser considerado notável, não apenas por acontecer em plena pandemia da Covid-19, mas também por representar grande parte da alta assinalada nos últimos cinco anos, que foi de 9,1% em relação a 2015. Para os próximos cinco anos, as perspectivas da Euromonitor são também animadoras: 16,9% de elevação entre 2020 e 2025, quando as vendas atingirão R$ 27,097 bilhões.
Já as vendas dos produtos para condicionamento e tratamento capilar foram ainda melhores, registrando crescimento de 8% em relação a 2020, superando os R$ 10 bilhões. Para o segmento, a Euromonitor espera um verdadeiro boom, com 27,1% de alta entre 2020 e 2025 (R$ 12,750 bilhões).
Unilever e L’Oréal permaneceram nas primeiras posições entre os players brasileiros. A mudança no ranking ficou por conta da P&G, que assumiu a terceira posição que era da Coty em 2020.
Mercado global
O Brasil manteve a quarta posição em 2020 no ranking global de vendas de produtos de hair care, que totalizaram US$ 78,369 bilhões, um crescimento de 10,7% em relação a 2015, quando o faturamento foi de US$ 68 bilhões. Estados Unidos, que lideram o consumo com R$ 13,667 bilhões, são seguidos pelos pela China e Japão.
Para a Beautystreams (Uma plataforma centralizada de insights para a indústria global de beleza), os consumidores também estão em busca de formulações para resolver rapidamente os problemas capilares sem comprometer a qualidade, demandando simplicidade às marcas, com produtos multifuncionais e orientados para a eficácia. Alternativas mais limpas e sustentáveis também continuarão a crescer. “Ainda pouco desenvolvidos na categoria de cabelos, ingredientes seguros, formulações limpas, bem como embalagens mínimas ou formatos sem água são esperados para gerar alternativas inovadoras e sustentáveis”.
Devido à crise financeira após a pandemia de COVID-19, acredita-se que um grande número de consumidores mantenha o hábito de fazer tratamentos e colorir os cabelos em casa. Isso resultará em um aumento da demanda por produtos que ajudem os consumidores a obterem resultados semelhantes aos dos salões que, por sua vez, deverão ser impactados pela competição com tratamentos caseiros mais baratos. “E como os custos continuam a subir, uma estratégia deve ser enfatizar o posicionamento premium dos salões, oferecendo experiências de spa exclusivas e luxuosas”.
Andrew McDougall, analista Global de beleza e cuidados pessoais da Mintel, destaca que o interesse cada vez maior pelo bem-estar geral faz com que muitos consumidores prestem mais atenção à saúde do cabelo, já que estão optando por estilos naturais e produtos que os ajudem nessa escolha. Segundo a empresa de pesquisas, 34% das mulheres brasileiras define seu penteado atual como ‘natural’, ou seja, sem coloração ou tratamento. “A diversidade do cabelo precisa ser um foco principal para as marcas de cuidados com os cabelos em 2021. Assim como nos cuidados com a pele e cosméticos coloridos, os consumidores estão exigindo uma variedade maior de produtos capilares para diferentes texturas capilares”.